Li seguidamente alguns clássicos distópicos:
1) A revolução dos bichos;
2) Fahrenheit 451;
3) 1984;
4) Admirável Mundo Novo.
A revolução dos bichos e Admirável Mundo Novo são sensacionais! O primeiro demonstra o que o totalitarismo é capaz de fazer em uma leitura de fácil compreensão e o Admirável Mundo Novo se tornou minha distopia favorita.
Toda distopia geralmente é sobre a decadência da sociedade, sobre um mundo cruel e ruim de se viver. Já nesse livro, é proposta uma distopia diferente, onde todos são felizes, desde as classes sociais mais baixas às mais altas.
Não há guerras, doenças, envelhecimento, fome e nem a infelicidade. Há sexo e drogas (perfeitas que não deixam sequelas) liberados dentre outras coisas. Porém há um custo para se obter tudo isso e o principal deles é o condicionamento de cada ser humano desde antes do nascimento.
Achei interessante a forma como o livro coloca as religiões, a paixão, o casamento e a família como entraves para a felicidade.
Por fim, 1984 e Fahrenheit valem a leitura para tomarmos como um aviso. Muitas das coisas descritas nesses livros são assustadoramente atuais, como a atual cultura do cancelamento, movimentos terraplanistas, a distorção do passado (como o Bolsonaro faz com a ditadura) e por aí vai.
Porém, a leitura desses dois já é mais chata. O Fahrenheit é o pior. Você não sente empatia por ninguém e toda a história é muito muito tediosa. Apenas o diálogo principal do livro que explica como se chegou àquela distopia é que vale a pena.
E 1984 é complicado porque retrata uma realidade sufocante, onde ele deixa claro que não há escapatória. Fora as cenas de tortura que são bem pesadas.